quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fé cega mata mais do que falta de fé

Foto por Roberto Júnior www.robertojr.com.br

Sei que não posso te tocar, mas hoje acordei feliz por ter sonhado contigo. Às vezes fico me perguntando se realmente vale a pena sonhar tanto, querer tanto, te querer tanto. Todos os caminhos me levam a você, e seja qual for que eu escolha, sempre me deparo num áspero talo espinhoso de rosa.
Os meus olhares não são mais os mesmos. O gosto dos meus dias aguça cada vez mais a minha incessante busca por felicidade. Sinto falta do calor do teu corpo, do doce dos teus beijos, do afagar da tua mão e do som da sua voz, me dizendo que tudo isso será pra sempre, algo que nunca tive. Sinto falta de tudo aquilo que nos aguarda e que, pacientemente, espera por nós.
Tenho certeza de que você está sentindo tudo o que estou escrevendo, e por cada palavra que lhe entra no coração, derrama uma lágrima em escarlate. Me sinto criança novamente. Uma criança que ama na mais pura inocência do amor. Quero tudo o que nunca tive. Entre dois lados: o real, e o normal, uma linha tênue se faz em meio a duas dimensões. Sinto tudo, mas receio não ter aprendido nada com o passado. Me diga apenas que vai ficar tudo bem, quero você perto de mim, pois essa busca sem focos me mata aos poucos e me joga no chão, afinal, fé cega mata mais do que falta de fé.

Texto por Felipe Silva Borborema