sábado, 28 de maio de 2011

"amizade"

Era tudo que eu precisava para despertar: sangue fervente correndo nas veias e pulsando pelas extremidades querendo sair. Me sinto mais que obrigado a escrever. O sentimento de decepção acompanhado por uma suave gota de ódio tomam conta de mim nesse momento e me fazem rir, rir de mim mesmo. Começo a acreditar que é mais prazeroso ser temido do que amado, afinal o medo alheio é o que alimenta o meu ego, que se faz cada vez maior devido à minha postura diante de situações nada corriqueiras. Pela primeira vez sinto orgulho da minha frieza, que um dia foi crucificada e taxada como defeito: HAHA. Defeito para você, e só para você que sabia que um dia seria sua pior inimiga. Um segundo. Do branco para o preto. Toda forma de energia produzida no universo volta multiplicada por três ao seu ponto de origem. Sim, eu disse por três. E quando isso lhe vier, apenas sinta, depois olhe para trás e me diga se valeu a pena. Verá apenas um amigo, eu. Mas estarei de costas indo embora sem sequer deixar um "obrigado", esse que você arrancou e destruiu sem ao menos pensar no que ele representava, meu amigo.

Felipe Silva Borborema

domingo, 22 de maio de 2011

Exemplos

Ser politicamente correto sempre é viver a vida em função daquilo que pensam à seu respeito. Querer agradar uma sociedade onde os rostinhos bonitos, os branquinhos e o papel são colocados como prioridade em detrimento ao que se constrói internamente é um pouco demais. Basta. O único crédito que temos diante desse monstro chamado "padrão", é a incerteza do amanhã, afinal o hoje não importa. Dizer que não devemos ou não nos importamos com que os outros vão falar e pensar é hipocrisía, afinal revogamos todas as nossas opiniões diante de uma simples crítica. Besteira. Quem nunca se olhou no espelho e se sentiu feio, que atire a primeira pedra. Feio à quem? É disso que falo. Não importa se vivemos, ou como vivemos. Não importa para quem vivemos. Não importa. O importante é saber viver, ou melhor, saber ser feliz. Todos temos vários exemplos de personalidades e idolatrias para tais. Exemplos, exemplos... apenas mais um padrão, e que ótimo padrão. Pois mesmo em meio a todos esses exemplos, ninguém consegue ser um completo inútil já que mesmo os piores exemplos podem servir como mau exemplo.

Felipe Silva Borborema

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Amor...

Amo como ama o amor. É simples assim. Há algo melhor que ouvir um sincero "eu te amo"? Sim, com certeza tem. Melhor que isto, só sentindo um "eu te amo", não importa forma ou intensidade, não importa como. Amor não é querer estar perto de uma pessoa o tempo todo, amor é querer que a pessoa esteja feliz, mesmo que não seja ao seu lado. Paixão não significa amor. Amor significa paixão. Amar, ó como é doce e sublime a sensação de amar. Nos sentimos leves, e ao mesmo tempo nos pesa a cabeça por cada fragmento de pensamento para amar. Em cada expressão, em cada sorriso, expiramos parte desse amor, desse coração que não se cansa de amar. Tempo passa, coração bate, e bate mais forte, mais forte por amor. Vontade desperta, desperta mais forte por querer amar tanto. Difícil controlar. Avassalador, chega sem avisar, assim é o amor. Não me permito amar, e daí? Amor não se permite, se sente. Uma vontade para cada coração, a mesma vontade. Quero ser feliz, portanto quero amar. Amor não tem medida, não tem tempo, não tem idade, muito menos escolha, afinal fugir do amor que sentimos é tentar fugir de nós mesmos: impossível, ou não. Amor não tem intensidade, é simplesmente amor. Eu te amo, que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? Não ser amado é falta de sorte, eu diria. Mas não amar é a própria infelicidade. Portanto viva, ame.

Felipe Silva Borborema
Dedicado para Jéh Guimarães =)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Deixe estar, deixe ser

Um dia o mais provável é tornares-te num chato, 
deixares de sair á noite e começares a levar-te demasiado a sério. Nesse dia, vais começar a vestir cinzento e bege, pedir para baixar o volume da música
e deixar a tua guitarra a apanhar pó. Vais tornar-te politicamente correcto, socialmente evoluído, economicamente consciente. Vais achar que tens de ir para onde toda a gente vai e assumir que tens de usar fato todos os dia. Nesse dia, vais deixar de beijar em público, as tuas viagens serão no sofá e dormirás menos ao relento.
É oficial vais entrar na idade do chinelo e deixar de ser quem foste até então. Vais deixar de te sentar ao colo dos amigos e vais esquecer-te de como se faz um barco de papel. Vais ficar nervosinho de não trocares de carro de 4 em 4 anos e desatinar se o hotel onde estiveres não te der toalhas para o teu macio rosto. Vais tornar-te muito crescido e começar a preocupar-te com tudo e com nada e a não fazer nada porque “vai-se andando” e a vida é mesmo assim, vais dizer não mais vezes, vais ter mais medo, vais achar que não podes, que não deves, que tens vergonha, vais ser mais triste.
Nesse dia também vais deixar de beber refrigerantes. 
Quando esse dia chegar, não lhe fales, mantém-te original.

Nathaly Silveira

terça-feira, 17 de maio de 2011

Para que?

Já não faz mais sentido olhar pela janela e ver novamente aquele brilho que se expande ao longo do infinito à partir do sol. Hoje me deito na cama, escrevo um poema que de meu tem apenas a grafia de pulso próprio. Não me reconheço mais perante ao que escrevo. A ponta do lápis desliza sobre o papel como todo o meu amor que se esvae como areia escorrendo entre os meus dedos. É o mesmo que pegar o ar. Não digo que amo, nem que odeio, tanto faz. Tudo se torna inútil quando não sentimos aquele frio na barriga que nos consome por dentro como uma fera voraz. A xícara de café quente ao lado, um cobertor que esconde tudo e nada, uma luz fraca que ainda brilha por esperança, e meus olhos molhados por fantasmas de um passado que ainda está por vir, não escondem nem o que ainda verão. É simples assim, um vazio que não tem espaço para mais nada. O tic-tac do relógio é ensurdecedor comparado ao tum-tum-tum que vem do coração. Sabe porque ainda escrevo? Escrevo por saber que alguém e principalmente algo no mundo se identificará com isto. Sabe porque tenho essa certeza? É simples, o sol me disse.

Felipe Silva Borborema

Um girassol da cor do seu cabelo

Vento solar e estrelas do mar
A terra azul da cor de seu vestido
Vento solar e estrelas do mar
Você ainda quer morar comigo?

Se eu cantar, não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?

Sol, girassol, verde, vento solar
Você ainda quer dançar comigo?
Vento solar e estrelas do mar
Um girassol da cor de seu cabelo

Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?

A terra azul da cor de seu vestido
Um girassol da cor de seu cabelo

Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?

O meu pensamento tem a cor de seu vestido
Ou um girassol que tem a cor de seu cabelo?

Composição : Lô Borges / Márcio Borges  
Dedicado para a menina da flor. Obrigado =)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Vontades

   Particular e abstrata, assim deveriam ser designados alguns significados da palavra "vontade". É algo difícil de se imaginar diante de tantos sentimentos, tantos desejos e tantas vontades. Guardo minhas vontades bem dentro de mim desde que me entendo por gente, afinal, são raras as que podemos deixar nos consumir. Que vontade de ter medo! É assustadora a maneira como uma vontade pode se tornar algo tão assustador. Vontade de que? Não faz diferença. A questão é querer, ou não. Quero que seja! Pois faça ser.
   Que me desculpem os desejos, pois, força, essa só a vontade tem, a força de vontade. Deus? Difícil acreditar em apenas uma definição quando temos esta força, afinal a única coisa que cai do céu é água. Que seja feita a vossa vontade! Mas que vontade? A vontade de quem? A NOSSA, porque é a nossa vontade que "move montanhas". Dane-se, dane-se tudo. Quero mais é ser feliz. Então que venham as vontades, me consumam, tirem meu pior e o meu melhor. Quero arder nos seus impulsos, prazeres e arrependimentos. Me mate e me faça viver. Que venha!

Felipe Silva Borborema
Dedicado para Lóren =)

Tristeza não tem fim

Tantas pessoas a minha volta, e tanta solidão. Sorrisos e risos que não carregam felicidade alguma, apenas um disfarce, uma máscara. Meias palavras, verdades incompletas. Tanta coisa, e um vazio maior ainda. Não dá pra ser feliz apenas de momentos. Viver de mentiras, mais fácil, cômodo. A verdade já não faz mais sentido. Felicidade só é mato aonde há fogo, que queime. Coisas fúteis, aparências mediocres, são vida. Pensamentos se esvaem como fome em banquete, não tenho controle. Uma resposta para todas as perguntas: Não sei. Bem-vindo ao meu mundo. Entre se conseguir, viva sem chorar, não lute, nunca retroceda, apenas aceite o que te vier. Nesse mundo existe apenas uma lição para ser aprendida: faça apenas sua felicidade, porque tristeza não tem fim, felicidade sim.

Felipe Silva Borborema

Chuvas de Novembro

Chuvas de Novembro me lembram uma música, me lembram um lugar que quando eu era criança, me escondia para esperar a chuva passar e rezava para que ela e o trovão passassem despercebidos por mim. As Chuvas de Novembro me lembram todas as vezes que eu olhava naqueles olhos profundos e, por mais que eles expirassem felicidade, eu ainda enxergava um traço de dor em seu interior. Me lembram também aquele banho de chuva que tomei, e que ficou gravado na minha memória como um dos momentos mais felizes da minha vida, onde gozar da liberdade era lei. As Chuvas de Novembro me trazem esperança de dias melhores, melhores na dor, melhores no amor. Olho pela abertura da janela e acabo de assistir a mais um episódio das Chuvas de Novembro. No momento, tudo que sinto é a incerteza dos dias que estão por vir pois, os dias melhores que espero, serão melhores a quem? Afinal, as Chuvas de Novembro só pertencem a Novembro, que já se vai embora logo mais, e carrega com ele todas as gotas de esperança que por dias caíram e foram desperdiçadas pelo chão sem se quer uma gota do amor que mereciam. Adeus Novembro, e que venham seus dias melhores, quem sabe.

Felipe Silva Borborema

Camisa 10

Toda vida tem um propósito, um objetivo, já dizia um sábio. Existem as pessoas que não cumprem seus propósitos, as pessoas que cumprem, e aquelas que, além de cumprir, fazem algo a mais. Uma pessoa deste tipo é o que chamo de Camisa 10. Destaque, exemplo, referência, entenda como quiser, o importante é buscar essa camisa e vesti-la. Viva mais, viva mais intensamente. Viva um dia de sol. Beije na boca. Viva um romance. Jogue futebol. Chore, mas com a condição de sorrir depois. Sorria quando tiver vontade, faça o que tiver vontade. Se for dizer algo que machuque alguém, dê-lhe um tapa na cara. Se alguém lhe der um tapa na cara, não revide, ofereça a outra face. Se alguém lhe oferecer a outra face, nunca bata. Peça desculpas aos ignorantes quando estiver certo, e peça desculpa aos justos quando estiver errado. Ria quando
alguém lhe contar uma piada. Comemore um gol. Faça uma loucura. Se apaixone por alguém. Ame alguém. Sempre diga a verdade. Sempre que alguém lhe dizer uma verdade, agradeça. Sempre que alguém lhe dizer uma mentira, agradeça também. Nunca diga nunca. Sinta. Pense no que sente. Se emocione. Cuide de quem corre do seu lado. Nunca veja só o que quiser enxergar. Olhe para trás. Sempre que chorar ouvindo uma música, fique feliz. Nunca faça planos. Planeje o futuro. Almeje sempre o melhor. Pense. Fale. Compre. Beba. Leia. Vote. Não se esqueça. Use. Seja. Ouça. Diga. Sofra. Invente. Inove. Termine. Comece. Tire suas máscaras. Depois de fazer isso tudo, faça algo mais, seja um Camisa 10, porque quem é Camisa 10, joga bola até na chuva.

Felipe Silva Borborema

Vale a pena tentar

Se passa tempo, se passa vontade, se passa sentimento, se passa amor. Se passa tudo, e a gente sempre procurando por aquilo que nunca se faz suficiente dentro de nós, felicidade. Um dia ao olhar pela janela, vi o mais harmonioso encontro da natureza, o sol tocando o mar. Me levantei e fui correndo até a beira da praia sem ter um porque. Será que existe alguma razão? Fui buscar a felicidade. Tentei pegar o mar, mas em uma tentativa frustrada, suas águas me escaparam entre os dedos. Tentei pegar o sol, mas não o alcançava. Me perguntei como algo tão bonito poderia ser tão injusto. Descobri que a felicidade pela qual procuramos está bem mais próxima de nós do que imaginamos, basta apenas abrirmos os olhos e vermos o que estamos enxergando, é mais que óbvio. Se você é alguém que ainda não encontrou a sua felicidade, faça como o Sol: ao final de cada dia ele desce e procura pelo seu amado mar, logo, não o encontra por completo e é substituído pela lua, mas sempre volta no dia seguinte e tenta novamente se encontrar com seu eterno e infinito mar amado. Isso é amor.

Felipe Silva Borborema

Olhe para trás

   Imerso em mais um de seus diversos sonhos, o menino se encontrou num túnel escuro apenas com alguns pontos de iluminação. Ele foi andando em linha reta em direção ao primeiro ponto e viu uma placa que dizia: Não vá com tanta sede ao pote. Não entendeu a mensagem e continuou andando em direção à próxima luz. Ao chegar até ela, ele viu uma outra placa que dizia: Nem tudo que a gente enxerga é aquilo que a gente vê. Achou uma grande besteira e continou a andar. Andou por mais algum tempo até chegar à luz seguinte e encontrou mais uma placa: Há sempre uma luz no fim do túnel. Viu outra luz se ascender mais a frente e mais que depressa foi até ela. Uma outra placa dizia: Que se salve aquele que olhar para trás. Nesse mesmo instante viu uma luz mais a frente que parecia ser o fim do túnel, finalmente havia encontrado a saída. O menino, sem pensar e movido por um impulso, foi correndo em direção a luz. Era um trêm vindo em sua direção. O menino acordou assustado, se levantou da cama e olhou para trás. Lá estava ela, sentada na beira da cama. Ela o entregou uma flor e abriu um sorriso, dizendo: Você me encontrou na hora certa.

Felipe Silva Borborema

Assim Seja

Ao abrir os olhos em mais um dia, o que me vem na cabeça é justamente aquilo que tenho pensado há algum tempo: o que poderia ser. O que é, já não faz tanto sentido como o mundo. Meio que política, meio que vícios, meio que virtudes. A certeza de que tudo ficará bem me conforta e me faz abrir um sorriso novamente. Já disseram que depois da tempestade sempre vem a calmaria, e saber que só o que é bom dura tempo o bastante para se tornar inesquecível, ou melhor, sentir isso, me acalma a alma. Já é inesquecível. E assim seja.

Felipe Silva Borborema

Só os Loucos Sabem

Chocolate nem um pouco, Coca-Cola nem tão pouco. Você é louco? É o que me perguntam quando digo isto. Fugindo do óbvio, me sinto feliz com essa pergunta, me sinto isolado. Mas isolado de uma maneira positiva, especial. Afinal, o que é a loucura? Loucura é tudo que foge do padrão, e porque não dizer, das leis? Leis... limitantes de proibição... certo estava ele ao gritar para o mundo: É PROIBIDO PROIBIR! Como seriamos mais felizes se elas não fossem necessárias. Não adianta idolatrarmos e dizermos que somos fãs depois que nossos loucos e malucos belezas se vão. Deveriamos estar do lado deles, tanto no sucesso como na repressão, e principalmente na loucura. Ser louco é inusitado, e aos mesmo tempo gratificante, afinal de contas, como o "louco" já disse: O que os loucos sabem, SÓ os loucos sabem. Realmente achei que eu era louco por não saber nem o que se passava dentro de mim, até ouvir apenas uma frase que me contou o que era toda a minha loucura: Você tem amor demais dentro de si, tem necessidade de amar. Isso me fez descobrir que louco mesmo é aquele que não consegue amar, muito pior, louco mesmo é aquele que nem conhece o amor. Se hoje eu amo mais do que o demais que eu já amava, é porque... o porque só os loucos sabem...

Felipe Silva Borborema

Ser Conotativo

Cheio de metáforas e conotações, o ser humano é um ser muito curioso. É impressionante a capacidade que temos de ocilar entre dois extremos em uma fração de segundo. Ora amamos, noutra odiamos. Ora estamos felizes, noutra tristes. Mas o que realmente importa não são os extremos em que chegamos, mas sim como
fazemos de cada momento e de cada situação, um motivo, ou necessidade para fazê-lo. Se partirmos do princípio de que tudo na vida é circunstancial, chegamos a conclusão de que isso não acontece por acaso, mas sim por alguma razão. O ciúme é considerado um sentimento circunstancial pelo fato de funcionar como
o ditado: ''A ocasião faz o ladrão'', certo? Ele nos apossa quando sentimos muito medo de perder algo, mas como tudo tem solução, algo tão ruim não poderia ficar de fora, não é verdade? O melhor remédio já inventado para o ciúme é a confiança. A confiança é algo complicado de se obter, principalmente quando se gosta muito de algo, mas como tudo que é difícil tem uma boa recompensa, a confiança é a maior prova de amor que se pode dar à alguém. A confiança é um sentimento forte que une laços mas que pode ser destruída facilmente pela sua maior vilã, a traição. A traição é o ponto mais baixo em que o ser humano pode
chegar pois destrói uma de suas principais virtudes. Mas o que são virtudes? As virtudes de um ser humano é algo que não pode ser explicado com palavras, as virtudes estão em nossas ações aonde realmente podemos provar que somos HUMANOS, ou até mesmo nos pequenos gestos como um ''Obrigado'', ''Por favor'',
''Desculpe'', ''Bom dia''ou ''Eu te amo'', e essas virtudes são o que chamamos de Deus. O Deus e o Diabo, dois opostos extremos e todos, sem excessão nenhuma, possuímos os dois dentro de nós, é o que nos faz educados, rebeldes, frios, medrosos, corajosos, carentes, é o que nos faz ser humano, ninguém nasce bom ou mau, nossas escolhas nos fazem o que somos.

Felipe Silva Borborema

Sonhos Reais

Algo engraçado de se pensar. Uma tarde, uma noite, fez-se. A vontade foi ultrapassada pela voracidade da necessidade. Difícil pensar na essência nesse caso, não seria capaz de explicar-me, muito menos de entender-me. É como encaixar uma peça em um quebra-cabeças completo e mesmo assim continuar tudo vazio. Tornei-me radical com variações e derivações infinitas. Ter certeza de um desejo, saber como fazê-lo e ver-lo diante de si mesmo é difícil. O que matam os desejos são as escolhas e principalmente as obrigações, mas o que seria do mundo sem elas? O que seria do mundo sem ela? Afinal, podem me dar os piores venenos que não morrerei, podem me humilhar e magoar que eu não sofrerei, e podem me empurrar de uma montanha que até assim eu direi: E daí? Eu sei voar, porque um homem que é movido por sonhos, mas sonhos reais, nunca morre. Ele apenas transcende e volta enquanto eles existirem e enquanto ainda houver pelo menos vontade para isso. Tornar-se sufixo já não faz mais parte dessa vida, porque quem é radical não se limita a isso, e sim, faz por merecer mais cada vez mais.

Felipe Silva Borborema