quinta-feira, 2 de junho de 2011

Epifania

     Minha consciência anônima já não suporta mais a carga proveniente de meus devaneios, insultos à integridade do saber. Agora, a filosofia relativa que me proponho a seguir é objetivamente o alcance de minha epifania. Os acasos do tempo, que me são pregados como peças armadas em um tabuleiro de xadrez, são o que tornam essa busca ainda mais prazerosa, prazer no sentido subjetivo. Será que a vida é feita de momentos, ou os momentos que são feitos pela vida? É difícil responder quando se deseja apenas um momento.
     Não digo que me arrependo, é baixo, afinal toda a minha ignorância se converte em experiência quando, por apenas um momento, paro. Já não preciso mais de um corpo que sente. Preciso apenas de uma consciência. Acabo de quebrar minhas correntes, rasgar meu uniforme, e sair da caverna. Epifania. Agora, se ainda quiser me roubar com um abraço profano, mas que seja sincero, faça-o. Só não me diga que por uma vida inteira, desperdicei o que tinha de mais puro dentro de mim, lágrimas, que ao caírem, carregavam tudo que eu gostaria de ter vivido, e que agora, ao chão, choram por não poderem molhar demasiadamente os meus olhos, que secam ao ponto de desejarem o inferno.

Felipe Silva Borborema

2 comentários:

  1. ''Será que a vida é feita de momentos, ou os momentos que são feitos pela vida? É difícil responder quando se deseja apenas um momento.''

    Está cada vez melhor, de verdade!

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  2. Muito obrigado Laryssa, mas seu blog não fica nada atrás também nao heim... haha

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