sábado, 15 de outubro de 2011

Deixa?


Ei, não quero perder seu amor. Porque você faz isso comigo? Gosto tanto de você. Acho que estou doente, tô com sintomas de saudade. Não quero sofrer mais, eu já aprendi a minha lição. Por favor, me deixa sair. Me deixa sair para te abraçar? Eu só quero te fazer feliz. Ei, você, porque me maltrata tanto? Eu não quero te fazer mal. Desejo algo tão simples. O que? Você não me reconhece mais? Já me fez tantas promessas, tantas juras de amor. Eu só vivo por ti, pra te amar. Me deixa sair! Esse peito já não me suporta mais. Eu já não suporto tanto amor dentro de mim, me deixa sair. Quero extravazar esse amor, e quero que ele seja seu. Me deixa te amar? Prometo que não te machuco, só quero te amar. Por favor, deixa eu te amar?

Felipe Silva Borborema

Falta Saudade

Foto por Roberto Júnior www.robertojr.com.br

Eu desisto. Desisto de tudo que me prende e me queima, desisto de tudo que me tornei. Olho para trás e tudo o que sinto é vontade de sentir novamente. Sentir o verdadeiro amor do coração, o brilho no olho da criança, e o afago da mão que apedreja. Acho que o nome disso é saudade. Escrever já se tornou algo monótono pois ao passo que deslizo o lápis sobre o papel, a melancolia de uma vida vazia me consome e me faz enxergar um mar negro de impossibilidades, porém, é tudo que me resta. Eu quero mais. Tenho sede por domínio, quero aspirar, desejar, fazer verdade. Viver de mentiras é muito mais fácil, cômodo… mas não é suficiente. Menosprezo os prezados passos dos vermes que lambem o altar, pois são tão tolos que não sabem interpretar. Hipocrisia de minha parte fazê-lo. Um tanto quanto maluco quando se pensa em leis. Minhas preces profanas são minha esperança. Carrego uma carta na manga, e com ela, lhes dou a palavra de que minha palavra é escrita quando desejo, afinal a palavra é o meu domínio sobre o mundo, e dela, faço todas as minhas verdades.

Texto por Felipe Silva Borborema

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Crepúsculo da vida

Foto por Roberto Júnior www.robertojr.com.br

Os meus olhos em carne viva retalhada já se cansam de chorar por tudo aquilo que ficou em mim. Eu já não sei mais o que se passa nesse coração que, por mais machucado que esteja, nunca cessa ao bater por amor. Queria que ao menos uma vez, alguém o ouvisse. É como um chamado desesperado ao crepúsculo da vida. O áustero desespero que me afoga em vida, em morte é o que me mantém vivo, imerso numa realidade utópica que quase sempre me conduz ao nirvana.
Meu amor não passa de um mero espículo de rosa dada ao ponto da florescência amarga da vida. Meu coração se faz presente onde o vento existe. É difícil reconhecer a hora de desistir, principalmente quando se tem um ego implacável que sempre afasta as pessoas quando se ama. Sim, é tempo de desistir, recomeçar. Começar do ponto onde tudo se deu origem, afinal é triste a sensação de olhar para trás e se sentir mais vazio do que era quando iniciamos a caminhada.

Texto por Felipe Silva Borborema