quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Desatino


Ao mais profundo desatino, me rendo e choro ao admitir que meus devaneios me fizeram dessa forma, um ser fadado ao crepúsculo da vida, impulsionado por uma intensa discrepância. Tudo aquilo que me movia foi enterrado por mais uma certa frustração. Por hoje, me canso de amar e tentar viver de um amor único, inexistente, que desde sempre me faz regressar à estaticidade de um início sem começo.
A bruta inconveniência de meus átimos provenientes deste amor, me matam dia após dia. Já não existo mais perante a ti, afinal tudo o que era para haver, já não há mais. Me disponho ao perdão de pensamento aonde sequer existe justiça, pois todo o orgulho que me consumia já se esvaiu como fome em banquete, e depôs o meu pranto em um quarto escuro e vazio, onde todas as minhas noites foram suas.
Hoje entendo o real sentido do que sinto. Sinto medo de permanecer sozinho como comecei, e como vou terminar. Aprendi que amor não se implora, mas devo lhe ensinar que também não se nega. Deitado em sua estante, admiro um inquebrável teto de vidro no qual você se esconde. Já fui muito mais que um simples brinquedo. Tudo o que me resta agora é dizer um doloroso e vago adeus. Me despeço, e mais uma vez me vou sem saber o que dizer.

Texto por Felipe Silva Borborema

3 comentários:

  1. Suas palavras são muito intensas, e por mais que o caminho esteja perdido, ou pareça estar, lembre-se que quando a noite está mais escura é pq já vai sair o sol.
    Gostei muito daqui, espero ver mais textos. Seguindo!

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  2. Muito obrigado Thamara, fico feliz que tenha gostado =)

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