Já não faz mais sentido olhar pela janela e ver novamente aquele brilho que se expande ao longo do infinito à partir do sol. Hoje me deito na cama, escrevo um poema que de meu tem apenas a grafia de pulso próprio. Não me reconheço mais perante ao que escrevo. A ponta do lápis desliza sobre o papel como todo o meu amor que se esvae como areia escorrendo entre os meus dedos. É o mesmo que pegar o ar. Não digo que amo, nem que odeio, tanto faz. Tudo se torna inútil quando não sentimos aquele frio na barriga que nos consome por dentro como uma fera voraz. A xícara de café quente ao lado, um cobertor que esconde tudo e nada, uma luz fraca que ainda brilha por esperança, e meus olhos molhados por fantasmas de um passado que ainda está por vir, não escondem nem o que ainda verão. É simples assim, um vazio que não tem espaço para mais nada. O tic-tac do relógio é ensurdecedor comparado ao tum-tum-tum que vem do coração. Sabe porque ainda escrevo? Escrevo por saber que alguém e principalmente algo no mundo se identificará com isto. Sabe porque tenho essa certeza? É simples, o sol me disse.
Felipe Silva Borborema
eu adoreii felipe *-*
ResponderExcluirque bom jeh! =)
ResponderExcluirObrigado! ^^